Ontem foi dia das mães e aproveito para falar sobre as minhas.
Domingo cedo viajei para almoçar e passar o dia com aquela MÃE que mesmo o “til” do nome é maiúsculo. MÃE que nunca sequer pensou em me colocar em caçamba de lixo, jogar no rio ou abandonar ao relento. MÃE de meia dúzia de rebentos não apenas paridos; filhos que receberam a luz, foram cuidados e ensinados.
Progenitora que sempre nos disse que há muitas coisas mais valiosas que o dinheiro, mas, que há diferenças entre viver e sobreviver.
Mulher moderna aos oitenta e quatro aninhos, é economista, médica, contadora, professora, amiga, irmã, conselheira e arquiteta do lar. Nunca foi laica nem papiza e, do alto de seu desconhecimento das leis, sempre nos falou de uma justiça que jamais pude ouvir dos membros do Supremo. Senhora que nos disse coisas sobre liberdade, igualdade e fraternidade: que tínhamos direitos e deveres e que o respeito ao próximo e aos seus pertences era o primeiro mandamento social a ser cumprido.
Amo a esta mais que a minha própria vida.
À outra mãe, com seus milhões de filhos, inclusos você, eu e minha MÃE, também amo muito, porém, ela apresenta um certo “tilt neuronal” (primeira doença) há alguns anos (mais ou menos quinhentos e onze) que causa uma preferência por alguns filhos em detrimento de outros, que me faz meio arredio a ela, no momento.
Da Ilha de Vera Cruz, até o país tropical e continental, passando pelos momentos do dever do civismo, cobrado por armas, decretos e atos institucionais, sempre tivemos células doentias que sugam as energias destinadas a todo o corpo. Creio que esta tendência não seja característica apenas dela (essa outra mãe), pois a palavra corrupção também existe noutras línguas. O problema é que com ela tal mal (o “tilt”) é crônico e gerou outro, crônico, pior: a patologia da impunidade (segunda doença), que se apresenta sempre que descobrimos algum buraco negro sugando indevidamente os recursos deste imenso condomínio.
Temos os suores aviltados, retirados em suas fontes e posteriormente os vemos passeando em contas paradisíacas, desviados nos mensalões, nas licitações, verbas, diárias fajutas...
A imprensa lançada na berlinda e taxada de causadora de bullying, em uma inversão de valores de causar espécie.
Complementando, sem fardas ou “AIs de quaisquer números”, temos hoje uma mordaça (terceira doença) gerada no âmago dos indivíduos que defendem seus próprios interesses escusos, numa democracia radical de extrema injustiça.
Assim, neste day after do dia das mães, um grande beijo meu a quase todas as mães.
Sua benção, minha MÃE.
Deus que te abençoe, Mãe Cívica e nos livre a todos do bicho-papão.
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